Foto: Maria Júlia Corrêa (Diário)
Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta, os delegados Sandro Meinerz (à esq.) e Antonio Firmino de Freitas Neto deram detalhes da investigação. Autor confesso do assassinato está preso
Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (9), o delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, ressaltou que a morte da vereadora Elisane Rodrigues dos Santos (PT), 49 anos, não teve conotação política nem foi praticado pelo fato de a vítima ser mulher. Pela manhã, a polícia já havia divulgado que o inquérito do caso foi concluído e encaminhado à Justiça.
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Na apresentação desta tarde, na sede da Delegacia Regional da Polícia Civil de Santa Maria, Meinerz e o delegado Antonio Firmino de Freitas Neto, responsável pela investigação do crime, deram detalhes sobre os desdobramentos do caso. O principal motivo para a morte da parlamentar seria a ligação dela com um grupo envolvido com o tráfico de drogas na região.
– A vereadora tinha envolvimento no tráfico de drogas, na associação ao tráfico e à lavagem de dinheiro. O filho dela também – ressaltou Meinerz.
A polícia revelou que, desde o começo das investigações, já havia indícios de envolvimento com o tráfico. Com o depoimento do filho, que revelou a atuação da mãe como responsável pelas contas do grupo criminoso, o foco passou a ser a identificação dos envolvidos.
– O fato de ela (vereadora) atuar como uma tesoureira do grupo contribuiu para o crime – acrescentou o delegado regional.
O delegado Firmino lembrou que a atividade da vereadora era de alto risco para o grupo, pois ela cuidava da parte financeira. Haveria dívidas de parlamentar com a facção.
– Quem se envolve com drogas ilícitas é a morte ou a cadeia – disse Firmino.
O autor do crime está definido por parte da Polícia Civil, que segue preso. Em relação ao mandante, o delegado Antonio Firmino afirmou que já identificou de quem partiu a ordem e que já foi expedido um mandado de prisão preventiva contra essa pessoa. O Ministério Público já se posicionou favorável ao pedido. A identidade do mandante não foi divulgada.

Conta bancária
As investigações revelaram movimentações financeiras elevadas nas contas de Elisane, incompatíveis com a renda dela como vereadora, que era de R$ 3,9 mil por mês, conforme o portal da transparência da Câmara de Formigueiro. A parlamentar teria quase R$ 500 mil no banco. O próprio filho da vítima, ouvido no inquérito, relatou que a mãe atuaria como responsável pela contabilidade do grupo criminoso.
Agora, um segundo inquérito, para investigar a relação com o tráfico de drogas, poderá ser aberto pela polícia.
– Vou desmembrar o inquérito para dar continuidade às investigações sobre o tráfico de drogas. A partir das análises cibernéticas e bancárias, podemos identificar outros envolvidos e pedir mais prisões – acrescentou Firmino.